quinta-feira, 25 de novembro de 2010


Dou as costas para o passado lento, denso, tenso.
Apostos estou, porque o parto das lembranças chega cru, nu, ungüento.
E eu divido em partes que se recusam, gritam, desordenam o verbo.
Com receio de me olhar internamente.
Recuo, cética, cansada, as avessas.
E me recolho ao alento, oco, fosco.
Posso voltar, posso acreditar, mas escolho fugir. 


[Poliana Fonteles]


8 comentários:

  1. Eu acho que toda vez que passo por aqui ganho um presnte cultural com a leitura!!
    bjs com carinho
    Lulu & Sol

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  2. Obrigada querida, sempre.
    Texto lindo.
    Beijo :*

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  3. Ou a gente transborda ou a gente escasseia, é tipo 8 ou 80 né não?

    BeijooO*

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  4. Todos nos escolhemos fugir de vez em quando.
    Beijos.

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  5. vim direto ver qual era esse texto. Realmente não tava lembrando..rs

    eh perfeito mesmo..
    bem, poli..

    te amooooo!

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  6. "Posso voltar, posso acreditar, mas escolho fugir." E porque não: fingir?

    Desordenar o verbo foi ótima! Gostei do poema!

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